sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vitamina C e seu lado vilã da história...

Você faz exercício cardiovascular várias vezes por semana, tem cuidado com a alimentação – mas aqueles pneus indesejáveis não vão embora. Isto soa-lhe familiar?


Nutricionistas alemães podem ter descoberto porque motivo isso acontece. De acordo com o seu artigo, publicado na prestigiosa PNAS, as doses elevadas de Vitamina C e E sabotam os efeitos saudáveis do treino na sensibilidade á insulina.

As pessoas obesas têm mais probabilidades de desenvolver diabetes porque a sua gordura torna o seu organismo insensível á insulina. Os gurus do fitness afirmam que, em pessoas saudáveis, um certo grau de insensibilidade á insulina é o que leva á acumulação de gordura ma secção média do corpo. O exercício físico torna os receptores das células musculares mais sensíveis á insulina.

Um certo número de estudos mostrou que os radicais livres desempenham um papel importante no mecanismo da resistência á insulina. Os seres humanos e animais que estão sujeitos de forma crónica a níveis elevados de radicais livres no seu organismo, tornam-se resistentes á insulina. Mas esses mesmos radicais livres são libertados durante a realização de treinos intensos. É por isso que os investigadores alemães se seria possível reforçar os efeitos positivos do exercício físico fornecendo aos voluntários uma dose diária de 1 grama de Vitamina C e 400 mgs de Vitamina E.

Os investigadores recrutaram 40 pessoas para realizarem exercício durante 4 semanas. Metade dos elementos do grupo nunca tinha praticado nenhum desporto; os elementos da outra metade realizavam uma média de uma hora de exercício por dia. No decorrer da experiência todos os voluntários foram ao ginásio 5 vezes por semana, onde realizaram 40 minutos de treino de circuito e 20 minutos de bicicleta estática. Metade do grupo tomou vitaminas; a outra metade recebeu um placebo.

Tomar vitaminas, bloqueou as melhorias causadas pelo exercício na sensibilidade á insulina.

O exercício aumenta a produção de moléculas sinalizadoras como a PGC-1 alfa e a PGC-1 beta nas células musculares. Também aumenta a produção do “sensor de gordura” ou factor de transcriptação PPAR-gamma. Tanto nos indivíduos que treinavam como nos que não treinavam, a suplementação com suplementos de vitaminas, anulou esse efeito. Mais PPAE-gamma significa mais “queima de gordura”. Mais PGC-1 alfa significa mais mitocôndria.

O exercício físico gera radicais livres nos músculos. As células musculares defendem-se a si mesmas contra isso, produzindo mais antioxidantes endógenos como a superoxide-dismutase-1 e 2. Os suplementos de vitaminas também anulam este efeito.

Os alemães concluem que “Parece que o exercício físico induz os músculos a produzir antioxidantes, porque exercitar os músculos, gera radicais livres”. Os suplementos que contêm grandes quantidades de vitaminas antioxidantes podem inibir a produção própria de radicais livres, e como tal, eliminar o efeito positivo do treino na própria produção endógena de antioxidantes.

Isto faz-nos questionar: Será que as vitaminas antioxidantes também reduzem o estímulo anabólico do treino de musculação? Não é uma pergunta estranha. 

Cientistas de desporto da Universidade de Liverpool John Moores, afirmaram à anos atrás que um grama de vitamina C atrasa a recuperação muscular após treino intenso.  [Br J Nutr. 2006 May;95(5):976-81.]

Um comentário:

RAUL MARTINS disse...

Maravilhoso!!!interessantissimo e que mais ainda faz muito sentido!!A coisa funcionaria da mesma forma com que se faz o uso de testosterona exógena.Mas mesmo assim será que isso valeria como regra p/pessoas que fazem atividade fisica já que o suplemento mais indicado por bodybuilders ainda sim sào vitaminas e minerais. Será que não deveria existir uma periodizaçào dos mesmos ja que a nossa alimentaçao não preenche a gama.Este principio se torna muito complexo e polemico abrindo-se um grande precendente p/as demais suplementações. Nosso corpo é perfeito mas nosso mundo mudou será que acenoura que comemos hoje seria igual a de nossos avós? Raul Martins/ssa-BA