quarta-feira, 18 de maio de 2011

A nova creatina: Beta-alanina

Uma novidade no mercado dos suplementos é a BETA ALANINA, utilizada para aumentar o rendimento esportivo. Assim como outros suplementos vendidos atualmente, as promessas são várias, mas antes de comprar é melhor se informar sobre o que o estudos falam sobre o produto.

Beta-alanina é um aminoácido produzido naturalmente nas células do músculo. Junto com a histidina, entra na produção da carnosina. É encontrada em alimentos ricos em proteínas como frango, carne bovina, suína e peixes e não deve ser confundida com alanina regular. Antes de descobrir a função da beta alanina é necessário entender como a carnosina trabalha. 

A carnosina está presente nos músculos e no cérebro, sendo fundamental para o bom funcionamento dos mesmos, principalmente em situações de esforço. O aumento dos níveis de carnosina leva a uma série de melhorias fisiológicas no nível muscular, que permitem prolongar e aumentar o exercício.


Beta alanina: vale a pena investir nessa suplementação?

A beta alanina pode contribuir com a recuperação dos atletas.

Um dos fatores que causam a fadiga é a acidose intramuscular e a carnosina pode contribuir para evitar a fadiga já que inibe a ação acidificante do hidrogênio. Outro efeito importante da carnosina é atuar como antioxidante, favorecendo uma recuperação muscular mais rápida e um menor aparecimento de lesões.

Como a carnosina não resiste ao processo digestivo e é facilmente degradada, não chegando ao músculo de forma intacta, a suplementação de beta alanina tem mais importância para contribuir junto com a histidina (já armazenada de forma suficiente em indivíduos saudáveis) no aumento da concentração de carnosina, visto que esta não se altera durante o processo digestivo. 

Estudos apontam que a suplementação de beta alanina após 4 semanas, aumentam a concentração de carnosina em até 65%. E os efeitos positivos da beta alanina estudados são:

* Aumento da força e potência muscular
* Aumento da massa muscular
* Aumento da resistência aeróbica e anaeróbica
* Atrasa a fadiga muscular

Apesar dos estudos serem feitos com humanos e terem mostrado um resultado positivo para a suplementação, necessita-se ainda mais estudos para comprovar o real efeito da beta-alanina.

Quanto à segurança, estudos feitos até as 12 semanas de uso continuo de beta-alanina mostraram não ter havido alterações bioquímicas do sangue a nível histológico e de marcadores hormonais, pelo que até 12 semanas sua suplementação é segura. 

A média das dosagens com eficácia utilizadas nos estudos é de 3 à 5 gramas sendo normalmente consumidas 2 horas antes do exercício. Mas antes de consumir, procure uma nutricionista ou um medico para um melhor controle.


A beta-alanina aumenta o rendimento desportivo

beta.alanina
Parece que podemos adicionar outro nome à lista de suplementos desportivos que funcionam. Outro estudo ( e não financiado pela industria) mostrou que o aminoácido beta-alanina é eficiente.

De acordo com um estudo feito na Universidade Katholieke Leuven na Belgica e publicado na Medicine & Science in Sports and Exercise, a beta-alanina ajuda na performance dos ciclistas.
A beta-alanina é o precursor do dipéptido carnosina, que funciona como um amortecedor nas células musculares. Quando o treino de alta intensidade induz as células musculares a produzir grandes quantidades de hidrogénio, a carnosina neutraliza o hidrogénio, que, de outra forma inibiriam o metabolismo quando a concentração se tornasse demasiado alta. Como resultado disso, os músculos são capazes de trabalhar a um nível mais intenso, durante mais tempo.

Embora a carnosina seja demasiado cara para os atletas, o seu precursor, a beta-alanina, não o é. Nas experiências em que os voluntários ingeriram 4 gramas por dia de beta-alanina durante 8 semanas, a concentração de carnosina nas células musculares aumentaram em mais de 15%.
Os atletas que obtiveram sucesso com os suplementos á base de beta-alanina, comparam o seu efeito com o da creatina. Mas a creatina e a beta-alanina funcionam de formas diferentes. É por isso que os investigadores suspeitam que os dois suplementos se podem complementar um ao outro de forma sinergista.

Estudos em que atletas tomaram creatina em conjunto com a beta-alanina, parecem indicar o mesmo – a combinação causou um aumento de força maior que apenas com a creatina. Estudos em os atletas tenham ingerido apenas beta-alanina, têm mostrado poucos resultados até agora.
Os belgas pretendiam saber se a beta-alanina poderia ajudar os ciclistas a correrem mais rápido no sprint final, no final da corrida. O sprint final é importante, já que é muitas vezes nessa altura que a corrida é decidida.

Os investigadores administraram a 18 ciclistas com experiência, doses crescentes de beta-alanina ou um placebo, por um período de 8 semanas. Começaram com 2 gramas por dia, e aumentaram a dose por um período de 4 semanas até aos 4 gramas por dia. Antes e após o período experimental os investigadores colocaram os voluntários a correr 110 minutos a um nível razoável, depois colocaram-nos a correr 10 minutos ao nível máximo e finalizaram com um sprint de 30 segundos. Foi durante o sprint que o efeito do suplemento se tornou visível.

Os atletas realizaram tudo isto numa bicicleta estática. Os atletas tinham de aplicar toda a força que tinham. A figura abaixo mostra a força média e a força máxima dos voluntários.

Tabela 1
A força máxima aumentou por 11% como resultado do suplemento. A força média diminuiu por 5%. A tabela abaixo mostra-nos mais dados sobre o efeito da beta-alanina durante o sprint.

Tabela 2
Os investigadores suspeitam que o aumento da força, deve significar um sprint final mais rápido. A beta-alanina pode assim, tornar-se um produto interessante para os atletas de resistência. Não só porque parece funcionar tão bem como a creatina, como também porque, a beta-alanina, ao contrário da creatina, não provoca um aumento do peso. Pelo menos isso não aconteceu no seu estudo. E quanto mais leves, forem os atletas de resistência, melhor.

Um efeito secundário da beta-alanina é um certo ardor na pele. Os atletas deste estudo não tiveram esse efeito. Os investigadores sugerem que isso pode ter sido devido ao aumento gradual da dosagem.

Nenhum comentário: