quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Como os hormônios podem ajudar a combater o envelhecimento

Entenda como os hormônios podem ajudar a combater o envelhecimento





A modulação hormonal é um dos assuntos mais discutidos, atualmente, nos Estados Unidos e em todo o mundo, embora já exista há mais de 20 anos. E que está enfurecendo os médicos mais ortodoxos. E porque este assunto está em alta nos Estados Unidos? Desde que a atriz americana Suzanne Somers lançou Ageless: the naked truth about Bioidentical Hormones (em português, algo como Eterno – A verdade nua e crua sobre os hormônios bioidênticos). O tema do livro, um dos mais vendidos da Amazon.com, são alguns hormônios sintéticos, feitos em farmácia de manipulação ,com estrutura química e molecular exatamente igual à dos produzidos pelo organismo.

Os hormônios são mensageiros químicos do corpo que regulam o crescimento, o metabolismo e o desenvolvimento, controlam as funções de muitos tecidos, auxiliam as funções reprodutivas. “Estas substâncias estão para o nosso organismo assim como um soldado está para o quartel”, compara o ginecologista Ítalo Rachid, diretor científico do Grupo Longevidade Saudável e membro da Academia Mundial de Medicina Anti-Aging.

Rachid explica que os hormônios penetram o maquinário celular e, dentro do núcleo das nossas células, vão comandar um conjunto de reações e ordens que uma célula deve executar para se manter viva e se comunicar adequadamente com outras células.

Em todas as pessoas, esse processo de produção de hormônios começa a ser afetado e reduzido a partir dos 25 anos. “E para renovar e reparar as células, é preciso fazer a modulação hormonal”.

Rachid faz uma comparação interessante para explicar o processo:  a nossa produção de hormônios com uma conta bancária. “Neste contexto, vamos pensar que a construção, reparação e otimização são os depósitos – o anabolismo – e os saques contra esta conta são os processos metabólicos. À medida em que envelhecemos, a produção de hormônios diminui e, com isso, reduzimos a capacidade de renovação e reparo, ou seja, vamos começar a entrar no vermelho a partir dos 30 anos, já que temos mais saques do que depósitos a partir desta idade. 

Esse desequilíbrio hormonal crônico e acumulativo é a pilastra mor dos processos degenerativos de envelhecimento”.

Para o médico especialista em longevidade, os hormônios não diminuem porque envelhecemos. “Nós envelhecemos porque os hormônios caem”, afirma. Mas isso não significa que ao recuperar os níveis hormonais em queda, a pessoa ficará jovem para sempre. “Ao tratar, pode retardar o envelhecimento e reduzir doenças e danos no processo degenerativo”.

Cada pessoa deve ser vista como um caso individual. Mesmo que duas pessoas tenham o mesmo sexo e idade, não significa que necessitam da mesma modulação hormonal.



Dosagem hormonal

“A modulação hormonal é o método através do qual, a partir de exames laboratoriais, traçamos o perfil hormonal do paciente detectando suas necessidades hormonais. Com isso, podemos iniciar um programa de equilíbrio metabólico para que o paciente atinja um padrão hormonal compatível com o que se deseja. 

A melhor curva hormonal é aquela comparável a nossa juventude plena, ou seja, próximo dos 18 a 25 anos. Portanto, para uma ótima resposta metabólica, buscamos resgatar níveis hormonais compatíveis com a juventude.”

Na modulação hormonal, a suplementação se dá através de hormônios e outros nutrientes, como aminoácidos, vitaminas e antioxidantes buscando atingir níveis hormonais compatíveis com os de nossa juventude ou inicio da vida adulta. 

Os hormônios utilizados para terapia são os conhecidos como bioidênticos, aqueles exatamente iguais aos produzidos por nossas glândulas. “Hoje, com a engenharia genética, modificamos o núcleo de uma bactéria e fazemos com que ela produza os hormônios tais quais os nossos, o que é um tremendo avanço científico”, comemora Rachid.


Há dois tipos de hormônios biodênticos. O primeiro é fabricado por laboratórios farmacêuticos e o segundo é feito em farmácias de manipulação a partir de extrato de soja e inhame mexicano, principalmente. 


Os defensores dos bioidênticos manipulados dizem que eles podem ser feitos sob medida para cada paciente. “É o que chamamos de customizar um remédio”, diz o médico.


Para aumentar a polêmica, médicos dos EUA salientam que não há comprovação de que retardariam os efeitos do tempo. Em comunicado oficial, a Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos adverte que a fabricação individualizada de um hormônio, a tal “customização”, é praticamente impossível de ser alcançada “porque os níveis de hormônio no sangue são difíceis de medir e regular devido às variações fisiológicas”.

Além disso, não há estudos que atestem os benefícios e riscos dos bioidênticos manipulados, que não são controlados pelos órgãos de vigilância sanitária – ao contrário daqueles fabricados pelos grandes laboratórios.

O médico informa que existem sete grandes pausas (em analogia à menopausa) que podem acometer os seres humanos a partir dos 25-30 anos de idade (veja quadro ao lado). “A partir daí formamos um registro, como a nossa impressão digital, considerando a forma como essas quedas de hormônios  ocorrem, a intensidade, qual está caindo mais ou menos”, explica Rachid. Por isso é tão importante que cada pessoa tenha um tratamento hormonal adequado.

“Dosar hormônios é tão importante quando dosar glicemia, hemograma, colesterol. A dosagem hormonal deve fazer parte da rotina médica”, prega o especialista. E quem começa a fazer uso da terapia hormonal não significa que terá de fazê-la a vida toda. “O uso dos hormônios vai seguir uma rotina de avaliações periódicas. Depois de montado o programa de modulação hormonal,  o paciente é orientado a voltar ao consultório num prazo máximo de 90 dias, para reavaliações clínicas e laboratoriais”.




Conheça os principais hormônios envolvidos no envelhecimento

Dehidro-Epi-Androsterona (DHEA) A glândula supra-renal é responsável pela produção de DHEA. É o hormônio mais abundante no corpo humano. Mas a produção chega ao seu pico por volta dos vinte e poucos anos. Quanto mais envelhecemos, mais cai o nível deste hormônio. A falta hormônio deste chama-se adrenopausa
Pregnenolona É um hormônio que é essencial para o funcionamento apropriado de todas nossas funções mentais. E, com idade, a pregnenolona diminui e provoca efeitos degradantes do envelhecimento. A pregnenolona é o precursor de todos os hormônios esteróides naturais incluindo a cortisona, a testosterona, o estrógeno, a progesterona, DHEA, e outras, dando-lhe uma variedade ampla de benefícios para a saúde. A queda deste hormônio se chama eletropausa
Melatonina É um neuro-hormônio produzido pela glândula pineal e, acredita-se, apresenta como principal função regular o sono. Esse hormônio é produzido a partir do momento em que fechamos os olhos. A falta deste é a melatopausa
Estradiol Hormônio produzido pelos folículos ovarianos e que determina as características sexuais femininas. O estradiol desempenha papel estratégico no corpo feminino. A queda deste hormônio se chama menopausa
Testosterona A testosterona é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas normais, sendo também importante para a função sexual normal e o desempenho sexual. Apesar de ser encontrada em ambos os sexos, o organismo de um adulto do sexo masculino produz em média cerca de vinte a trinta vezes mais a quantidade de testosterona do que o organismo de um adulto do sexo feminino. A queda de testosterona chama-se andropausa
GH
É importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até o final da puberdade, em geral, entre os 15 e os 20 anos de idade. Possui também importantes funções no metabolismo, como reparo e restauro. A falta deste chama-se somatopausa
T3
hormônio importante de tireóide. Atua estimulando o metabolismo. Com a queda deste hormônio, temos a tireopausa

Fonte: Portal UOL

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